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Igreja na General Roçadas celebra 60 anos de história com muitas histórias


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Sob a epígrafe “um novo farol adventista na capital” a Revista Adventista n.º 207 de dezembro de 1963 assinala que no dia 28 de setembro desse ano a Igreja Adventista na General Roçadas era oficialmente inaugurada, a terceira igreja na cidade de Lisboa. O pr. Ernesto Ferreira explicou no livro “Arautos de Boas Novas” o propósito desta igreja: o acolhimento de novos membros. No sábado, 30 de setembro de 2023, ao comemorar 60 anos, os testemunhos de uma centena de pessoas que se mobilizaram para assinalar a efeméride comprovam que o acolhimento e a integração intergeracional e multicultural continuam o lema desta comunidade adventista.

Com 105 membros, a igreja em Lisboa Roçadas juntou à comunidade local irmãos das mais variadas proveniências: Angola, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Itália e Moldávia.

O pr. Júlio Carlos Santos, Secretário da UPASD (União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia), referiu na Escola Sabatina “devo ser um construtor da unidade dentro do corpo de Cristo”. Essa unidade passa desde logo pela inclusão dos mais novos na hora do culto, daí a importância da estória do “leão Leonardo e do rato Rodrigo” contada pelo irmão Daniel Galaio, a qual ilustra que todos são importantes e fazem falta na igreja.

Na senda da unidade, o pr. José Lagoa, Presidente da UPASD, escolheu como texto-chave I Cor. 12:12-27 na alusão à igreja como um corpo uno de Cristo. Concluiria o sermão enaltecendo “a importância de evitar as divisões na igreja, em vez disso, diz o apóstolo Paulo, os membros devem buscar a unidade, devem cuidar uns dos outros”.

Com esta instrução de buscar a unidade e cuidar uns dos outros, a comissão que organizou a comemoração dos 60 anos promoveu a realização de um piquenique no Parque da Bela Vista. Num ambiente bucólico nesta antiga quinta lisboeta transformada em palco de grandes eventos, dispondo de mesas adequadas ao almoço-convívio multicultural de onde todos saíram saciados, fisicamente, pelo alimento, e socialmente, pelo reforço dos laços de amizade.

No terceiro e último evento do dia de comemoração foi dada a palavra às crianças, jovens e aos idosos, bem como aos pastores que compuseram a história recente da igreja. “Bibliotecas Humanas” foi o evento que permitiu recordar imagens e sons (como os “4Give”, antigo grupo local parcialmente reunido 16 anos depois para esta ocasião), bem como histórias com passado, presente e futuro.

O pr. Ezequiel Quintino, um dos pastores que mais tempo ministrou a igreja local, 10 anos, a par do pr. Daniel Vicente, recordou a experiência de integração intergeracional desta igreja. Na década de 90 do século XX a igreja tinha uma preponderância de jovens.

O pr. Dário Santos recordou as lições que retirou no seu segundo ano de estágio. Já o pr. António Domingues recordou uma cerimónia de investiduras e um fim-de-semana na Casa do Gaiato, no Portinho da Arrábida em Setúbal. Por seu turno, o pr. Daniel Vicente referiu um episódio ilustrativo da unidade da igreja, durante uma inundação da cave num sábado de manhã, tendo o programa decorrido com uma aparente normalidade. Os mais jovens estavam responsáveis pela programação desse dia, por seu turno, os anciãos e diáconos permaneciam de calças arregaçadas, descalços, a remover a água com baldes, pás, vassouras e esfregonas.

Numa nota da multiculturalidade local, vários testemunhos de membros que regressaram aos seus países de origem deram nota de quão acolhidos e integrados se sentiram. Daphynne G. referiu que completou 5 anos nesta igreja. Chegaram como um jovem casal com duas crianças pequenas e foram muito bem acolhidos, com “um abraço e gostinho de família”.

Os jovens adultos inquiridos sobre o futuro, referiram a esperança numa igreja que continua “alegre” (Tiago G.), “mantenha a sua identidade”, isto é, uma igreja familiar e que continue como “porto de abrigo para os jovens, firme e fiel até à volta de Jesus” (Joana A.). “De braços abertos independentemente de quem entre ali”, disse Joana C., “e que a Igreja continue a ser a família que é hoje, e que foi, e que se Deus quiser será”.

As crianças perguntadas sobre o que mais gostam da igreja, foram unânimes na referência ao sermão infantil (Eneide L.), às “histórias” no momento do culto, bem como as “atividades da escola sabatina infantil” (Miguel M.).

Na meditação que encerrou este dia especial, o pr. Ezequiel Quintino trouxe o capítulo 11 de Hebreus para reflexão e elencou os vários heróis da fé com os quais quer um dia conversar. Todos tinham algo em comum: “confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” (Hebreus 11:13). “Nós devemos sempre sentir-nos estrangeiros neste planeta”, disse o pr. Quintino. Aludindo à integração intercultural local, referiu que “temos várias nacionalidades aqui, mas não é a nossa verdadeira nacionalidade”, “a nossa pátria é a Nova Jerusalém”.

Se a celebração do sexagésimo aniversário foi pautada pela associação ao pensamento expressado por Josué "até aqui nos auxiliou o Senhor" (I Samuel 7:12; BPT), só podia terminar com a afirmação do apóstolo João: “Assim seja! Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22: 20 e 21; BPT). Amém!

Fotografias:
Sara Domingues, J. Monteiro

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