Serviço

Emigrei. E agora?


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Face ao número elevado de irmãos provenientes de outros países, como o Brasil, Angola, São Tomé, Venezuela, entre outros, a IASD de Aveiro decidiu, já em 2023, criar o Departamento de Acolhimento. Isto porque verificávamos que estes irmãos careciam de apoio a vários níveis e era necessário fazer um levantamento dessas necessidades e trabalhar para ajudar a colmatá-las.

No âmbito deste departamento, realizou-se no dia 25 de Fevereiro um encontro cujo tema era Emigrei: e Agora?, que contou com a presença de 2 psicólogas, a Daniela Dias e a Evelyn Gennaro.

Esta iniciativa foi constituída por vários momentos, todos eles relacionados com a temática escolhida: os dilemas da emigração.

A Ana Azevedo, por exemplo, abordou um aspecto mais prático, a necessidade de respeitar o prazo para a entrega da declaração do IRS.

De seguida, ela e a Paula Ferreira fizeram-nos ver como o mesmo conceito pode ser verbalizado de formas tão diferentes em português europeu / português do Brasil / português dos países africanos. Temos, por exemplo o pequeno-almoço em Portugal, que é café da manhã no Brasil e mata-bicho em Angola e São Tomé. A comparação dos termos proporcionou momentos alegres, mas tinha como objectivo fazer-nos pensar nos obstáculos que os imigrantes encontram quando chegam a um país e se deparam com uma língua que não dominam.

No seguimento desta temática, a Martina Arandjelovic, que chegou ao nosso país há alguns, provinda do Reino Unido e sem saber falar português nem conhecer o nosso país nem a nossa cultura, trouxe-nos o seu testemunho e deu-nos exemplos práticos de situações a que teve de se adaptar. Para quem vinha habituada à pontualidade britânica, por exemplo, foi um choque a falta da mesma. A falta de aquecimento central nos edifícios, o “palavreado” rebuscado com que escreve um email formal e o facto do limite de velocidade imposto “ser apenas uma sugestão”, como ela nos dizia, aludindo à diferença com que se cumprem as regras de condução nos dois países, foram alguns dos aspectos a que lhe custou a adaptar, para além da língua.

Já outras caraterísticas do nosso país, como a culinária (confessou adorar pastéis de nata e figos!) e o facto de sermos muito carinhosos foram pontos que a atraíram.

Após este testemunho, a reunião foi dinamizada pelas 2 psicólogas. A Daniela fez uma analogia entre o processo do luto e a emigração e a Evelyn expôs o seu próprio caso abordando, dada a sua formação, aspectos do foro psicológico do processo de adaptação, como a ansiedade e a insegurança.

Foram também colocadas questões para reflexão em conjunto.

O pastor Luís Fonseca tomou posteriormente a palavra, tecendo alguns comentários e fazendo uma meditação espiritual.

Houve ainda lugar a testemunhos espontâneos, cânticos e oração.

No final, todos fomos para as nossas casas com a certeza de que a nossa presença neste encontro contribuiu para o nosso crescimento pessoal, social e espiritual. Mas não partimos sem partilhar um lanche, que a organização do evento nos preparou.

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