Testemunho

Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine Sincer (1923-2024)


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No passado dia 11 de Março, Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine Sincer, esposa do falecido pastor José Pedro Falcão Sincer, descansou no Senhor, com 100 anos de idade, em casa da sua filha e genro, Ana Maria Sincer e Sepúlveda e José Luís Correia Sepúlveda.

Nascida em 23/12/1923, em Lisboa, onde passou grande parte da sua infância e adolescência e onde conheceu o seu futuro marido, viria a batizar-se na igreja central de Lisboa, depois de uma série de conferências evangelísticas.

Desde essa altura, o amor por Jesus e pela pregação do Evangelho Eterno e da Mensagem do Terceiro Anjo, não cessaram de estar na sua mente e no seu coração, tendo-se envolvido ativamente na obra missionária, acompanhando o seu marido no seu ministério pastoral.

O casal promoveu, num anexo junto à sua casa no Algueirão, o desenvolvimento de um pequeno grupo, que seria o precursor daquela que viria a tornar-se a igreja de Sintra.

Seguiu-se depois o desafio de dar assistência às igrejas de Caldas da Rainha, Cadaval, Peniche e Rio Maior.

Em 1963, na sequência de um convite para serem missionários em Angola, o casal, juntamente com a Berta Alice, mãe de Maria Amélia e sua filha, Ana Maria, parte para África, onde viriam a exercer o seu ministério até 1972.

Nesse período, Maria Amélia além de auxiliar o marido no ministério da visitação, e na realização de estudos bíblicos, trabalhou ainda como professora e educadora (sua área de formação profissional), na escola primária de Nova Lisboa (atual Huambo), e na criação do jardim-de-infância da Missão do Bongo.

Passaram pelas igrejas de Caala, Lobito (onde sob o seu minstério foram construidas a igreja, a escola primária e o anfiteatro ao ar livre, da igreja de Benguela), Catumbela e Luanda.

Voltaram à Europa por algum tempo, onde estiveram no Instituto Adventista de Collonge-sous-Salléve, tendo regressado para Angola, agora para a recém-construida igreja Central de Luanda, de seguida para a Missão do Bongo e, novamente para Nova Lisboa.

Regressados a Portugal, foram enviados para Vila do Conde, onde viriam a casar a sua filha, que aí fixou residência. Neste período, viriam a ser fundadas as igrejas de Delães (atualmente São Mateus), Vizela (agora fundida com a igreja de Guimarães) e acompanhando os grupos de Arcos de Valdevez e Viana do Castelo.

Depois do casamento da filha o casal foi colocado em Santarém, onde o pastor Sincer acabaria por ser aposentado por doença.

Regressam então ao Algueirão, onde desenvolveram um ministério junto das famílias que regressaram durante o atribulado processo de descolonização. Aí desenvolveram também um trabalho de proximidade com irmãos que haviam saído para a IASD Movimento de Reforma, tendo logrado com a ajuda do Espírito Santo, o regresso de um bom número deles ao seio da Igreja Adventista.

Algum tempo depois mudaram-se para a Quinta do Cêrro, Várzea Redonda, em Figueiró dos Vinhos, onde realizaram inúmeras atividades de promoção de estilo de vida saudável junto da povoação e dos jovens, naquela que chamaram de Missão Maranata. Neste local, com a inestimável ajuda da família Machado e de outros irmãos da igreja de Delães e outras, construíram uma capela, e um conjunto de infraestruturas de apoio que permitiram a realização de algumas atividades de evangelismo, para jovens e adultos.

Mesmo encontrando-se reformados, o casal foi ainda convidado a pastorear as igrejas de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória na Ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, onde estiveram por cerca de dois anos.

Depois de ficar viúva, em 1994, Maria Amélia fixou residência em Vila do Conde, junto da sua filha e genro.

No passado mês de Dezembro, celebrou o seu centésimo aniversário, na igreja de Vila do Conde.

Depois de uma vida longa ao serviço do Mestre, descansa agora no Senhor, ao lado do seu marido, aguardando a ressurreição em Jesus. Maranata!

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