Testemunho

Projeto Ómega, o Ministério da vida de Luís Alho


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Luís Rodrigues Serpa Alho nasceu no dia 13 de Setembro de 1936, em Nova Lisboa, Angola, e faleceu a 29 de Janeiro de 2023, com 86 anos.


Conheceu a palavra de Deus através de um colega, que lhe cedeu a primeira lição do curso da Escola Bíblica postal e, na sua Ida à igreja, conheceu aquela com quem se casaria mais tarde, no dia 30 de Dezembro de 1968, na igreja de Nova Lisboa, com quem teve uma filha, nascida a 15 de novembro de 1971.

Aos 17 anos, perdeu a sua perna direita na sequência de uma osteomielite, mas apesar disso, continuou os seus estudos e formou-se como técnico de análises clínicas e saúde pública. Mais tarde, por correspondência, tirou o Curso de Química para Farmácia, que sempre lhe foi útil ao longo da vida.

O seu primeiro trabalho foi no laboratório do hospital de Silva Porto e, mais tarde, no Hospital Central de Nova Lisboa.

Em 1974, foi convidado pelo Dr. Roy Parsons para trabalhar no laboratório do Hospital do Bongo, infelizmente por pouco tempo, porque rebentou a guerra civil.

Chegado a Portugal, e em seguimento à realização de um sonho que sempre teve, preparou-se para ingressar na Escola de Medicina de Montemourelos, no México. O exame de admissão foi feito, na presença do Pr. Ernesto Ferreira, o presidente da União Portuguesa à época. Foi admitido entre os 50 alunos concorrentes, mas por razões difíceis como a solidão, as saudades e a falta de alojamento para famílias na faculdade, acabou por voltar para Portugal.

Angola tornou-se independente a 11 de novembro de 1975, e o que se seguiu após esse tempo, para os que ficaram, foi instabilidade, fome, falta de bens essenciais e uma grade epidemia de febre tifóide. O desejo de regressar para poder auxiliar e ser útil levou a que escrevesse à Divisão, alegando que poderia entrar na qualidade de angolano, porque após a independência não havia relação diplomática entre Portugal e Angola. A resposta da divisão foi imediata, enviando muitos medicamentos específicos para combate da epidemia.
O conselho da União angolana deu permissão ao Luís para levar todo o equipamento necessário do laboratório do Bongo para Nova Lisboa. Ali, recebeu todos quanto precisavam de auxílio, avisando sempre que não era médico, mas que podia avaliar a razão das suas doenças e ceder-lhes os medicamentos necessários.
Teve de regressar a Portugal ano e meio depois, para poder dar à sua filha de cinco anos a possibilidade de estudar numa terra de paz e liberdade.

Já em Portugal, aceitou o desafio do Dr. José Manuel Ferreira para montar de raiz um laboratório para o hospital de Cuba do Alentejo, onde trabalhou durante sete anos. Foi transferido depois para o laboratório do Centro de Saúde da Amadora, onde trabalhou até à sua reforma.


Por volta dos seus 60 anos, na sequência de um acidente, perdeu a visão do seu olho direito, experiência que o fez aperceber-se da dificuldade que os cegos e amblíopes têm para estudarem a Palavra de Deus. Teve, então, a ideia de criar o Projecto Ómega, para que quem não pudesse ler tivesse autonomia para aceder às lições da Escola Sabatina, à Bíblia e aos livros publicados pela Igreja Adventista através de cassetes e, mais tarde, mini discos, cds gravados e da publicação de materiais em áudio num site com acesso pela internet.

A idade avançada e a doença fizeram com que o Projecto tivesse de passar para outras mãos, as do Paulo Santos, que tomou das mãos do Luís este ministério da palavra gravada, de fácil acesso para quem não pode ler.
O Ir. Luís Alho descansou no dia 29 de janeiro de 2023.

Da sua passagem por esta terra fica o legado de um homem que foi fiel a Deus, autodidata, determinado, sonhador e perseverante.

“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.”

1 Tessalonicenses 4:14
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