O Templo de Vila do Conde completou 50 anos
A mensagem Adventista assentou arraiais em Vila do Conde em 30 de abril de 1955, data em que se realizou a primeira escola sabatina em casa da família pioneira, vinda de Vizela onde, após três anos de grandes perseguições e provações ocorridas naquela Vila, que foram originadas pela decisão do casal pioneiro ter entregue a sua vida a Jesus em 9 de maio de 1952, durante o Congresso de Obreiros Leigos que teve lugar na Igreja do Porto. Pouco tempo depois do inicio dessas reuniões, já a ideia de se construir um templo adventista em Vila do Conde fervilhava na mente da família. Em 10 de março de 1956, durante a visita do pastor Ernesto Ferreira a sua casa, lugar onde eram realizadas as reuniões semanais, era expressa a vontade de construir uma igreja onde pudessem louvar ao Senhor e “onde a Sua Palavra pudesse ser largamente divulgada”. Parecia ainda um sonho mas que quinze anos depois se iria transformar em realidade.
O trabalho foi prosseguindo com entusiasmo e, confrontados com o crescente aumento de participantes nas reuniões, o lugar de culto iria ser transferido para outro prédio pertencente à família, no qual era desenvolvida a sua atividade profissional, situado na Rua Cidade de Aveiro, sendo o primeiro andar e a cave devidamente adaptados para aí terem lugar as reuniões de escola sabatina e culto, bem como as animadas reuniões com os jovens. Essa transferência veio a concretizar-se no dia 6 de Julho de 1957.
Mas esse lugar depressa se iria tornar cada vez mais exíguo. Em 1962 chegou a Vila do Conde o primeiro pastor residente. Era Raúl Meneses e vinha incumbido de desenvolver ações que levassem à abertura duma sala a toda a gente que desejasse entrar e conhecer a vontade do Senhor. Assim, no dia 18 de dezembro de 1965, foi inaugurada a sala da rua do Lidador. Foi nessa sala que no ano de 1966, já com Abílio Echevarría a pastorear a Igreja, ocorreu o primeiro contacto com a família de Arlindo Couto, que viria a ser o catalisador que levaria à abertura do primeiro lugar de culto em Guimarães no ano de 1968.
Por esse tempo, era cada vez maior a vontade da construção dum Templo que teria a sua concretização quando Maria Júlia, filha do casal pioneiro, foi ampliar os seus estudos sobre a língua francesa na Sorbonne e durante cuja estadia esteve algum tempo em contato com o Campus Adventista de Collonges sous Sallève. Ao deparar-se com a linda Capela do Campus, achou que devia sugerir à família que essa servisse de modelo para a igreja a erigir em Vila do Conde. Inicialmente, a construção foi pensada para o Jardim Júlio Graça - onde se encontra hoje o prédio que pertence à família Mendes - ideia que viria a causar alguma contestação e até controvérsia, porque existia do outro lado do jardim, mesmo frente a esse lugar, uma igreja católica e a construção dum templo adventista ali podia ser tomado como uma afronta. Ponderado o assunto, a família Mendes decidiu deslocalizar o lugar para um terreno que possuía na Rua do Pinhal - hoje Rua Independência da Guiné Bissau - que era afinal um lugar bem mais aprazível e sossegado, mais adaptado ao nosso modelo recatado de adoração.
Finalmente, no dia 16 de outubro de 1971 o Templo estava concluído e as reuniões foram transferidas para ele. Neste altura, as cerimónias religiosas tinham lugar no salão de jovens e foi aí que a filha mais nova do pioneiro, Ana Pedro, foi apresentada ao Senhor já no culminar desse ano. Mesmo assim, até ao dia em que teria lugar a consagração, foram ali realizadas diversas as atividades, a título de exemplo, o casamento de Maria Júlia e Manuel Carlos, em agosto de 1972; a organização dos primeiros Jogos Florais da Juventude, em parceria com a Igreja do Porto; duas campanhas antitabágicas, uma campanha de evangelismo - A Bíblia Fala; o casamento de Ana Maria e José Luís, em outubro de 1973. Ao fim de todos esses eventos, chegou o dia almejado para a sua consagração ao Senhor, ocorrida a 8 de dezembro de 1973, com a presença dos Presidentes da União Sul Europeia e da União Portuguesa.
As comemorações dos cinquenta anos
Passados cinquenta anos, as celebrações destes ocorreram em quatro sessões distintas ao longo de 2022/2023. Afinal, comemorávamos também os 70 anos da data de bates-mo do casal de pioneiros.
Na primeira sessão, realizada em 20 de maio de 2022, além da participação do Grupo Vozes de Sião (que nos acompanhou em todas as sessões) e do Coral de Guimarães, tivemos o prazer de ter connosco o Grupo Gratidão, da Igreja de Espinho. Durante o programa foi contada a história dos pioneiros.
Na segunda sessão, ocorrida em 19 de novembro de 2022, esteve connosco o Grupo Yada (elementos do Adra Voices) e durante o programa foi apresentada a história dos tempos vividos pela família desde Vizela até à sua vinda para Vila do Conde. e o desenrolar de atividades até à abertura da primeira sala pública na Rua do Lidador.
Na terceira sessão, ocorrida em 22 de maio de 1973, tivemos como convidado o Grupo Coral Adventista de Braga, e no decorrer do programa contamos a história dos anos de grandes provas, que ocorreram até à inauguração do Templo. Por fim, na Sessão Solene, que teve lugar no dia 9 de dezembro, a que demos o nome de Construtores de Esperança, tivemos como convidado o pastor Júlio Carlos Santos, em representação da Administração da Direção da Upasd, que dirigiu o culto dessa manhã e nos acompanhou nas comemorações durante a Sessão solene levada a efeito na tarde desse dia. A ele, a nossa gratidão.
Tivemos nesse dia como convidados para os momentos musicais, além do grupo local Vozes de Sião, o Grupo Coral de Guimarães e um pequeno Grupo Instrumental formado por membros da família Sepúlveda de Vizela e amigos. Nesta sessão homenageamos as pessoas e os pastores que ao longo do tempo e de mãos dadas com Cristo, ajudaram a construir a Igreja que hoje somos.
Todas estas sessões, cujo lema foi Aqui Chegámos pela Fé, tiveram a participação relevante do grupo local Vozes de Sião, que nos deliciou com belíssimos hinos de inspiração cristã. Foram momentos de alegria, de louvor e amizade cristã. A Igreja de Vila do Conde quer agradecer a todos aqueles que não pouparam esforços para participar nestas comemorações, tão marcantes para nós. Para todos, a nossa a nossa gratidão. Nota: A história em pormenor da Igreja de Vila do Conde, bem como a dos seus pioneiros, encontra-se contada em livro.